sábado, 25 de abril de 2009

Acolher a Palavra

Vós sereis Testemunhas de todas estas coisas!
Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? É, fundamentalmente, a estas questões que a liturgia do 3º Domingo da Páscoa procura responder.
O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial - no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço - que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Depois desse “encontro”, os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.
A primeira leitura apresenta-nos, precisamente, o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida que Jesus lhes faz.
A segunda leitura lembra que o cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu… Essa coerência deve manifestar-se no reconhecimento da debilidade e da fragilidade que fazem parte da realidade humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus.

sexta-feira, 24 de abril de 2009


S. Nuno de Santa Maria
Boletim Paroquial 64 (Ler )

Este sábado, dia 25 de Abril, véspera da canonização, em Roma, pela Igreja Católica, de S. Nuno de Santa Maria, a Ordem dos Padres Carmelitas de Viana do Castelo presta tributo a Dom Nuno Álvares Pereira, com uma caminhada até ao Monte do Castelo.
A esta iniciativa dos Carmelitas Descalços associam-se a Paróquia de Castelo do Neiva, o Agrupamento de Escutas da paróquia e a Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas.
A saída da cidade, junto à igreja do Carmo, está prevista para as 10h de e culmina, em, Castelo do Neiva, no local onde está erigida uma estátua do Santo Condestável e por onde passaram as suas relíquias, 28 Março de 1961.
Após a chegada a Castelo do Neiva, que está prevista para as 12h30, monte do Castelo, seguir-se-á o almoço de confraternização entre os participantes. Pelas 1 5 horas será celebrada uma Eucaristia de Acção de Graças junto ao Monumento do Beato Nuno.
Em caso de mau tempo, a deslocação a Castelo do Neiva far-se-á de automóvel; o almoço realizar-se-á no Salão ‘Paroquial e a missa na Capela da Senhora das Neves.
Nuno Alvares Pereira está ligado à história de Castelo do Neiva, sobretudo, porque há 624 anos, em plena crise da nacionalidade, a 12 de Abril de 1385, tomou o castelo aqui existente, cujo Alcaide havia tomado partido por Castela.
Em 1385, D. João I nomeou Nuno Alvares Pereira, Condestável (Conde do Estábulo) do Reino de Portugal. A distinção indicava o mais alto cargo militar da sua época e advém da sua condição militar, onde pontificou em vários momentos da sua vida, sobressaindo nas batalhas de Aljubarrota e de Valverde.
Foi homem justo e guerreiro virtuoso, que precisamente, quando estava coberto de riqueza e de honrarias, optou por uma vida religiosa humilde no Convento do Carmo, em Lisboa, que ele mandou fundar e onde professou a 1 5 de Agosto de 1423, aí permanecendo até à sua morte, que ocorreu a 1 de Novembro de 1431.
Desde cedo o povo o reconheceu como Santo. A Igreja, pela proclamação de Bento XVI, eleva Beato Nuno de Santa Maria a esse patamar de santidade.
Por ocasião da sua canonização, a Conferência Episcopal Portuguesa emitiu uma Nota Pastoral, intitulada “Exemplo heróico em tempo de crise” onde lança um apelo à Igreja em Portugal e a todos os homens e mulheres de boa vontade, enfatizando o modelo e vida de S. Nuno face a alguns aspectos de particular actualidade. (Cf. Notícias de Viana)
Que S. Nuno de Santa Maria continue a ser exemplo de virtude interceda por todas as famílias.

sábado, 18 de abril de 2009


A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.
Na primeira leitura temos, numa das “fotografia” que Lucas apresenta da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade formada por pessoas diversas, mas que vivem a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de dom e que, dessa forma, testemunha Jesus ressuscitado.
No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã os critérios que definem a vida cristã autêntica: o verdadeiro crente é aquele que ama Deus, que adere a Jesus Cristo e à proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai faz aos homens e que vive no amor aos irmãos. Quem vive desta forma, vence o mundo e passa a integrar a família de Deus.

domingo, 12 de abril de 2009


Ressuscitou! Aleluia!
A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.
O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem, nunca, ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira).
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última barreira da nossa finitude).
A Paz e a alegria de Cristo Ressuscitado estejan convosco!
Santa e Feliz Páscoa!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Tríduo Pascal é a maior celebração das comunidades cristãs. A Páscoa é o centro do ano litúrgico, fonte que alimenta a nossa vida de fé. Celebrar o Tríduo Pascal da paixão e ressurreição do Senhor é celebrar a obra da redenção humana porque Cristo, morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando, renovou a vida.


Quinta-feira Santa
Com a celebração da Ceia do Senhor, começa o tríduo pascal. São três dias que o Santo Padre apelidou de “centrais da liturgia”, porque “propõem o mistério da paixão morte e ressurreição do senhor”. Durante a ùltima Ceia, Jesus ofereceu o dom da eucaristia e o gesto do lava-pés surge como a chave para compreeender que a vida do discípulo é vida de serviço.No entanto, antes que cada sacerdote celebre com a sua comunidade a última ceia e o lava-pés, é chamado à Sé, para que renove a comunhão com o seu bispo, na Missa Crismal. É lá que recebem os óleos, que serviram para ministrarem os sacramentos, durante o novo ano litúrgico.Esta celebração é por excelência o encontro do Pastor diocesano com os seus discípulos.

Lava pés - Na Eucaristia da tarde da Quinta-feira Santa, imitamos o gesto que Jesus fez na ceia da despedida, dando aos seus discípulos uma lição de serviço por parte daquele que, no grupo, tem a autoridade. «Eu vim para servir, não para ser servido». E na cruz entregou-se totalmente. Mas antes quis fazer este gesto simbólico, agora repetido pelo Papa, pelos Bispos e pelos párocos nas suas comunidades. Porque eles devem ser sinais vivenciais de Cristo entregue aos outros.

Sexta-feira Santa

A Sexta-feira Santa é o dia da morte do Senhor na Cruz. Com os altares desnudados, a Celebração da Paixão desenrola-se em 3 partes: A proclamação da palavra, apresentação e adoração da Cruz e a distribuição da comunhão. A celebração incorpora-nos à redenção de Cristo e a seu mistério de salvação universal: pela morte à vida.

A Cruz - Na Sexta-feira Santa, depois de escutarmos o relato da paixão, fazemos um gesto muito significativo: perante a apresentação da Cruz, aclamámo-la e aproximamo-nos pessoalmente para a adorar como sinal da nossa gratidão pelo que Jesus fez por nós entregando-se à morte de cruz, reconciliando-nos assim com Deus.

Sábado Santo

Para o cristão, esta é “a celebração das celebrações”, e a que Santo Agostinho denominava “Mãe de todas as vigílias”.

O Círio e as velas - Do fogo aceso à porta da Igreja acendemos o Círio, que ficará aceso nas celebrações das sete semanas de Páscoa. O Círio é símbolo de Cristo, Luz do mundo. Entramos na igreja seguindo esse Círio, aclamando-o [«A luz de Cristo»]. Mais ainda, a partir desse Círio que representa Cristo, acendemos as velas que cada um transporta. É um símbolo muito expressivo de que a Páscoa de Cristo tem que ser também a nossa Páscoa pessoal, estando todos chamados a participar da sua luz e da sua vida.

Água Baptismal - A noite de Páscoa é o momento indicado para a realização dos baptismos e para que cada um recorde o seu próprio Baptismo. O Baptismo é o sacramento em que radicalmente nos incorporamos na vida de Cristo e participamos na sua morte e ressurreição. Por isso se faz a aspersão da água sobre todo o povo e renovamos as promessas baptismais.

É o Senhor quem nos convida a celebrar a sua Páscoa!Assim ouviremos com alegria: “Cristo ressuscitou, verdadeiramente, dos mortos”! Num duelo admirável a morte lutou contra a vida, e o Autor da vida levanta-Se triunfador da morte. Terminou o combate da luz com as trevas, combate histórico de Jesus com os fariseus e todas aquelas pessoas que não acolheram o Reino de Deus. Após as trevas brilhará o sol da Ressurreição! Nada, pois, mais necessário do que viver em intensidade estes dias sagrados e abrir os corações às inspirações divinas. Então a Páscoa será abençoada e sinal de novas conquistas e de vida plena para todos.
Participemos nestes importantes dias em que celebramos a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Santa e Feliz Páscoa em Cristo Ressuscitado!

sábado, 4 de abril de 2009


Esta é uma Semana diferente.
Tendo S. Paulo como companheiro e mestre no Caminho da Luz Pascal, vamos também com ele proclamar a nossa fé em Jesus e reconhecer a dignidade de quem fala em purificar o coração, fala de justiça, de misericórdia, de perdão, de fazer o bem sem esperar recompensa, senão saber que faz a vontade de Deus.
Nós, neste domingo, erguemos os nossos ramos com cânticos de júbilo, mas conscientes de que também temos de estar do lado de Jesus nos momentos difíceis.
Abrimos esta Semana com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e vamos concluí-la com o triunfo mais absoluto da vida: a Ressurreição !
Mas entretanto, pelo meio, há uma série de situações surpreendentes, tais como a acusação urdida contra Jesus no meio das festas, a traição dum seu amigo, a Ceia Pascal, o discurso da despedida, o mandamento do amor, a Eucaristia, a angústia e a solidão de Jesus, o abandono dos apóstolos, o escárnio, a zombaria, os tormentos, a morte, mas também a fidelidade, a confiança e doação total em Deus.
Nós queremos viver os mistérios da nossa fé: a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus, com um sentido renovado e mais intenso. Ele é a nossa Esperança.
Neste Domingo de Ramos acontece o verso e o reverso da vida de Jesus: o triunfo e a humilhação, a aclamação e a sentença de morte. Mas nós, hoje, aclamamo-l’O, porque acreditamos que o seu caminho é o Caminho da Vida. “Tudo posso n’Aquele que me dá força“.
Na Quinta-Feira Santa, Jesus deixa-nos no pão e no vinho, o seu Corpo e o seu Sangue, o alimento da vida eterna; e convida-nos a viver cheios do seu mesmo Amor.
Na Sexta-Feira Santa, Jesus morre na cruz. Nós O contemplamos com toda a gratidão e afirmamos a nossa Fé n’Ele: da sua Cruz brotam a vida e a salvação para toda a humanidade.
No Sábado Santo, em silêncio velamos o sepulcro de Jesus, porque da sua morte há-de nascer a Vida para sempre.
A Vigília Pascal é a noite maior. A noite mais luminosa. O amor e a vida venceram o mal e a morte. Jesus ressuscitou e nós somos chamados a ressuscitar com Ele.
Irmãos, como S. Paulo, também vos digo: “tende entre vós os mesmos sentimentos de Cristo…”, “Para mim viver é Cristo…”. S. Paulo é um exemplo de quem pôs toda a sua Esperança em Cristo. É n’Ele que está a Fonte da nossa Esperança, porque ninguém a viveu como Ele. Glória a Ele para sempre !
Humilhado... Despojado... Condenado... Vencedor pelo Amor!!!

A liturgia deste último Domingo da Quaresma (ler) convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresentanos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus - esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.