domingo, 14 de março de 2010

Acolher a Palavra do Domingo



O Caminho do Baptismo é de uma Vida nova e a Caminhada Quaresmal é para uma vida renovada pela misericórdia feliz do Pai que faz festa ao filho que regressa, que se reconcilia.
No Evangelho deste domingo (Ler comentários), que é a história do pai que tinha dois filhos e o mais novo saiu de casa, Jesus revela-nos um Deus que vai ao encontro dos seus filhos para os acolher: vai comovido, a correr, ao encontro do filho que tinha saído de casa, desejoso de o conduzir ao lar que abandonara, para lhe restituir uma vida digna e livre.
O filho mais novo ensina-nos qual é a nossa caminhada penitencial:
1º –
É preciso parar e reflectir: “Caindo em si, disse”…Tomou consciência de que a busca desregrada dos prazeres, a droga, a liberdade absoluta, os falsos amigos enjoaram-no; sente-se a morrer à fome; não encontrou a felicidade que desejava. Então decidiu. A conversão resulta de uma opção consciente e madura.
2º – Há que reconhecer e assumir o passado de rebeldia e egoísmo: E eu aqui a morrer à fome”Quem leva uma vida desregrada tem medo de si mesmo, não quer ficar nem um instante sozinho, tem medo do silêncio que o obriga a pensar. O sofrimento faz a pessoa cair em si mesmo.
3º – Há que acreditar na bondade do Pai “Quantos trabalhadores… Vou ter com meu pai”…
4º – É necessário agir com decisões práticas “Pôs-se a caminho”…
5º – E com sinceridade, com palavras sinceras “pai, pequei”…
6º – E atitudes de humildade “Já não mereço”…

Cada um de nós poderá perguntar a si mesmo: “Sou eu o irmão mais novo ou o irmão mais velho? Ambos precisam de se converter, de se reconciliar com o pai e com o irmão.
Vejamos o filho mais velho:
1. – Os cristãos que não se confessam, porque não têm pecados “Nunca transgredi uma ordem tua”.
2. – Os que não vão à Missa, porque os que lá vão são piores “Esse teu filho que consumiu os teus bens”…
3. – Os interesseiros e oportunistas, porque embora ‘praticantes’, Deus nunca os favoreceu economicamente “…e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa”.
Reparemos nas atitudes do pai: nem esperou que o filho perdido lhe pedisse alguma coisa.. Quando o avistou ao longe, porque tinha a porta aberta, encheu-se de compaixão com um amor de pai e de mãe; correu para ele, tal era a saudade que sentia pelo filho; lançou-se-lhe ao pescoço, como se faz a um grande amigo, cobriu-o de beijos e nisto está dito todo o seu amor.
O Deus que Jesus me dá a conhecer, para quem me conduz, tem o rosto do pai que sai de casa e vem ao meu encontro “comovido”, impulsionado pelo seu amor que nunca desfalece, para cuidar de mim, para que eu compreenda que a liberdade e a vida não estão garantidas, não florescem longe d’Ele, do seu Amor, para que não esteja com Ele como um servo que executa as ordens à espera de uma recompensa, mas como um filho que sabe que, com Ele, já possui uma grande herança. P.Batalha

sábado, 6 de março de 2010

Lausperene uma festa com 300 Anos

Lausperene - Louvor Perene

A nossa paróquia celebra o Lausperene, a vivência do louvor a Jesus sacramentado vêm recordar-nos, mais uma vez, a centralidade da Eucaristia na nossa vida pessoal e comunitária. Para os movimentos,crianças, jovens e adultos, a eucaristia torna-se o centro, o cume, a fonte, o lugar do sacrifício redentor e da nossa oferta com Ele.
Tomar a sério a Eucaristia é, por outro lado, perceber que ela é a renovação da Ceia que o Senhor celebrou, e deve tornar-se, sem cessar, escola de caridade, fonte de amor e de serviço.

Celebrar os 300 anos do Lausperene, em pleno Ano Sacerdotal, é um dom de Deus, uma graça especial que merece a atenção de todos: pastores e fiéis. Somos convidados a dar graças pela imensa riqueza que, ao longo de três séculos, a Igreja Arquidiocesana (na altura Dioceses de Braga e viana) recebeu com a sucessiva e contínua celebração do Lausperene.

Breve síntese histórica
Os dados históricos afirmam-nos que o Lausperene começou na Arquidiocese no tempo do Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, e que esse Lausperene foi concedido pelo Papa Clemente XI em 12 de Outubro de 1709. O seu início foi na Quaresma do ano seguinte, faz precisamente 300 anos, mas só para a cidade de Braga.
No final do 3º Congresso do Apostolado da Oração, celebrado na cidade de Braga, de 15 a 19 Maio de 1957, foi aprovado um voto que estendeu a toda a Arquidiocese o Lausperene. O Congresso foi perpetuado no monumento dedicado ao Coração de Jesus, no Monte do Sameiro. Mas, o Arcebispo Primaz dessa altura, D. António Bento Martins Júnior, assumindo o que foi dito e aplaudido nas sessões do Congresso, quis um monumento vivo, que o voto fez nascer, e exprimiu-se deste modo: “O monumento que perpetuará a memória do Congresso do Apostolado é a instituição do Sagrado Lausperene nas igrejas de todo o Arcebispado”. E mais adiante afirmou: “Doravante, toda a Diocese será, pois, na roda do ano e perpetuamente um imponente coro perene de louvores, dia e noite, entoados em honra da Santíssima Eucaristia, cada peito um órgão sonoro, a Diocese toda uma Catedral em fervorosa oração de louvor, de agradecimento e de súplica a Nosso Senhor Jesus Cristo Sacramentado”. Assim nasceu na Arquidiocese, como uma Catedral em fervorosa oração, o Lausperene extensivo a todas as paróquias, igrejas e capelanias.

Acolher a Palavra Dominical


O senhor é clemente e compassivo... Arrependei-vos!



Nesta terceira etapa da caminhada para a Páscoa somos chamados, mais uma vez, a repensar a nossa existência. O tema fundamental da liturgia de hoje é a “conversão”. Com este tema enlaça-se o da “libertação”: o Deus libertador propõe-nos a transformação em homens novos, livres da escravidão do egoísmo e do pecado, para que em nós se manifeste a vida em plenitude, a vida de Deus. (ler comentários)
O Evangelho
contém um convite a uma transformação radical da existência, a uma mudança de mentalidade, a um recentrar a vida de forma que Deus e os seus valores passem a ser a nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, a nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte.
A segunda leitura avisa-nos que o cumprimento de ritos externos e vazios não é importante; o que é importante é a adesão verdadeira a Deus, a vontade de aceitar a sua proposta de salvação e de viver com Ele numa comunhão íntima.
A primeira leitura fala-nos do Deus que não suporta as injustiças e as arbitrariedades e que está sempre presente naqueles que lutam pela libertação. É esse Deus libertador que exige de nós uma luta permanente contra tudo aquilo que nos escraviza e que impede a manifestação da vida plena.