sábado, 26 de dezembro de 2009

Acolher a Palavra do Domingo

Sagrada Família

As leituras deste domingo (ler) complementam-se ao apresentar as duas coordenadas fundamentais a partir das quais se deve construir a família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares.O Evangelho sublinha, sobretudo, a dimensão do amor a Deus: o projecto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão, a exigência fundamental, a que todas as outras se devem submeter. A família cristã constrói-se no respeito absoluto pelo projecto que Deus tem para cada pessoa.A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos de todos os que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma mais especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


Santo e Feliz Natal



O Natal não é ornamento: é fermento.
É um impulso divino que irrompe pelo interior da história,
Uma expectativa de semente lançada,
Um alvoroço que nos acorda
para a dicção surpreendente que Deus faz
da nossa humanidade!

O Natal não é ornamento: é fermento.
Dentro de nós recria, amplia, expande!
O Natal não se confunde com o tráfico sonolento dos símbolos
nem se deixa aprisionar ao consumismo sonoro de ocasião
A simplicidade que nos propõe
não é o simplismo ágil das frases-feitas
Os gestos que melhor o desenham
não são os da coreografia previsível das convenções

O Natal não é ornamento: é movimento
Teremos sempre de caminhar para o encontrar!
Entre a noite e o dia
Entre a tarefa e o dom
Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo
Entre a palavra e o silêncio que buscamos
Uma estrela nos guiará!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Acolher a Palavra do Domingo





Nestes últimos dias antes do Natal, a mensagem fundamental da Palavra de Deus (ler comentários...) gira à volta da definição da missão de Jesus: propor um projecto de salvação e de libertação que leve os homens à descoberta da verdadeira felicidade.
O Evangelho sugere que esse projecto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré veio ao encontro dos homens para apresentar aos prisioneiros e aos que jazem na escravidão uma proposta de vida e de liberdade. Ele propõe um mundo novo, onde os marginalizados e oprimidos têm lugar e onde os que sofrem encontram a dignidade e a felicidade. Este é um anúncio de alegria e de salvação, que faz rejubilar todos os que reconhecem em Jesus a proposta libertadora que Deus lhes faz. Essa proposta chega, tantas vezes, através dos limites e da fragilidade dos “instrumentos” humanos de Deus; mas é sempre uma proposta que tem o selo e a força de Deus.

A primeira leitura sugere que este mundo novo que Jesus, o descendente de David, veio propor é um dom do amor de Deus. O nome de Jesus é “a Paz”: Ele veio apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a força das armas, mas construído e acolhido nos corações dos homens.
A segunda leitura sugere que a missão libertadora de Jesus visa o estabelecimento de uma relação de comunhão e de proximidade entre Deus e os homens. É necessário que os homens acolham esta proposta com disponibilidade e obediência – à imagem de Jesus Cristo – num “sim” total ao projecto de Deus.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Tempo de Advento

Acendendo a 2ª Vela de Advento
Enquanto o Natal chega às ruas, a Palavra de Deus desce ao deserto. Sem falas mansas, nem anúncios prometedores, João Baptista vem tirar as pedras do caminho, para Deus vir e chegar quando quiser, passar e ficar entre nós. É a Palavra de Deus que vem, pela boca de João Baptista, para lançar as sementes do Reino para chegarmos aos melhores frutos de justiça.

Oração:
Os profetas mantinham acesa a esperança de Israel
Nós, como um símbolo, acendemos estas duas velas.
O velho tronco está a rebentar de novo, floresce o deserto...
A humanidade inteira estremece
porque Deus foi semeado na nossa carne.
Cada um de nós, Senhor,
vos abra a sua vida para que broteis,
para que floresçais, para que nasceis,
e mantenhais no nosso coração acesa a esperança.
Vinde depressa, Senhor!
Vinde, Salvador!
Jesus, vinde ao nosso encontro.
Nós queremos preparar a vossa vinda.
Nós queremos receber-vos.
Nós esperamos que nos deis
A vossa luz, a vossa paz, o vosso amor. Ámen.

Acolher a Palavra do Domingo


Uma voz clama no deserto...

Podemos situar o tema deste Domingo (Ler Comentários) à volta da missão profética. Ela é um apelo à conversão, à renovação, no sentido de eliminar todos os obstáculos que impedem a chegada do Senhor ao nosso mundo e ao coração dos homens. Esta missão é uma exigência que é feita a todos os baptizados, chamados – neste tempo em especial – a dar testemunho da salvação/libertação que Jesus Cristo veio trazer.
O Evangelho apresenta-nos o profeta João Baptista, que convida os homens a uma transformação total quanto à forma de pensar e de agir, quanto aos valores e às prioridades da vida. Para que Jesus possa caminhar ao encontro de cada homem e apresentar-lhe uma proposta de salvação, é necessário que os corações estejam livres e disponíveis para acolher a Boa Nova do Reino. É esta missão profética que Deus continua, hoje, a confiar-nos.
A primeira leitura sugere que este “caminho” de conversão é um verdadeiro êxodo da terra da escravidão para a terra da felicidade e da liberdade. Durante o percurso, somos convidados a despir-nos de todas as cadeias que nos impedem de acolher a proposta libertadora que Deus nos faz. A leitura convida-nos, ainda, a viver este tempo numa serena alegria, confiantes no Deus que não desiste de nos apresentar uma proposta de salvação, apesar dos nossos erros e dificuldades.
A segunda leitura chama a atenção para o facto de a comunidade se dever preocupar com o anúncio profético e dever manifestar, em concreto, a sua solidariedade para com todos aqueles que fazem sua a causa do Evangelho. Sugere, também, que a comunidade deve dar um verdadeiro testemunho de caridade, banindo as divisões e os conflitos: só assim ela dará testemunho do Senhor que vem.