domingo, 31 de outubro de 2010

Boletim Paroquial 140

Reflexão

A liturgia deste domingo (ler comentário)
convida-nos a contemplar o quadro do amor de Deus. Apresenta-nos um Deus que ama todos os seus filhos sem excluir ninguém, nem sequer os pecadores, os maus, os marginais, os “impuros”; e mostra como só o amor é transformador e revivificador.

Na primeira leitura um “sábio” de Israel explica a “moderação” com que Deus tratouos opressores egípcios. Essa moderação explica-se por uma lógica de amor: esse Deus omnipotente, que criou tudo, ama com amor de Pai cada ser que saiu das suas mãos – mesmo os opressores, mesmo os egípcios – porque todos são seus filhos.
O Evangelho apresenta a história de um homem pecador, marginalizado e desprezado pelos seus concidadãos, que se encontrou com Jesus e descobriu n’Ele o rosto do Deus que ama… Convidado a sentar-se à mesa do “Reino”, esse homem egoísta e mau deixou-se transformar pelo amor de Deus e tornou-se um homem generoso, capaz de partilhar os seus bens e de se comover com a sorte dos pobres.
A segunda leitura faz referência ao amor de Deus, pondo em relevo o seu papel na salvação do homem (é d’Ele que parte o chamamento inicial à salvação; Ele acompanha com amor a caminhada diária do homem; Ele dá-lhe, no final da caminhada, a vida plena)… Além disso, avisa os crentes para que não se deixem manipular por fantasias de fanáticos que aparecem, por vezes, a perturbar o caminho normal do cristão.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010



A liturgia deste domingo ensina-nos que Deus tem um “fraco” pelos humildes e pelos pobres, pelos marginalizados; e que são estes, no seu despojamento, na sua humildade, na sua finitude (e até no seu pecado), que estão mais perto da salvação,pois são os mais disponíveis para acolher o dom de Deus.
A primeira leitura define Deus como um “juiz justo”, que não se deixa subornar pelas ofertas desses poderosos que praticam injustiças na comunidade; em contrapartida, esse Deus justo ama os humildes e escuta as suas súplicas.

O Evangelho define a atitude correcta que o crente deve assumir diante de Deus. Recusa a atitude dos orgulhosos e auto-suficientes, convencidos de que a salvação é o resultado natural dos seus méritos; e propõe a atitude humilde de um pecador, que se apresenta diante de Deus de mãos vazias, mas disposto a acolher o dom de Deus. É essa atitude de “pobre” que Lucas propõe aos crentes do seu tempo e de todos ostempos.
Na segunda leitura, temos um convite a viver o caminho cristão com entusiasmo,com entrega, com ânimo – a exemplo de Paulo. A leitura foge, um pouco, ao temageral deste domingo; contudo, podemos dizer que Paulo foi um bom exemplo dessaatitude que o Evangelho propõe: ele confiou, não nos seus méritos, mas namisericórdia de Deus, que justifica e salva todos os homens que a acolhem.

domingo, 17 de outubro de 2010




A Palavra (Ler Comentários) que a liturgia de hoje nos apresenta convida-nos a manter com Deus uma relação estreita, uma comunhão íntima, um diálogo insistente: só dessa forma será possível ao crente aceitar os projectos de Deus, compreender os seus silêncios, respeitar os seus ritmos, acreditar no seu amor.

O Evangelho (ler) sugere que Deus não está ausente nem fica insensível diante dosofrimento do seu Povo… Os crentes devem descobrir que Deus os ama e que temum projecto de salvação para todos os homens; e essa descoberta só se pode fazer através da oração, de um diálogo contínuo e perseverante com Deus.

A primeira leitura (Ler) dá a entender que Deus intervém no mundo e salva o seu Povo servindo-Se, muitas vezes, da acção do homem; mas, para que o homem possa ganhar as duras batalhas da existência, ele tem que contar com a ajuda e a força de Deus… Ora, essa ajuda e essa força brotam da oração, do diálogo com Deus.

A segunda leitura, sem se referir directamente ao tema da relação do crente com Deus, apresenta uma outra fonte privilegiada de encontro entre Deus e o homem: a Escritura Sagrada… Sendo a Palavra com que Deus indica aos homens o caminho da vida plena, ela deve assumir um lugar preponderante na experiência cristã.

sábado, 9 de outubro de 2010

Acolher a Palavra do Domingo




A liturgia deste domingo (Ler comentários) mostra-nos, com exemplos concretos, como Deus tem um projecto de salvação para oferecer a todos os homens, sem excepção; reconhecer o dom de Deus, acolhê-lo com amor e gratidão, é a condição para vencer a alienação, o sofrimento, o afastamento de Deus e dos irmãos e chegar à vida plena.
A primeira leitura apresenta-nos a história de um leproso (o sírio Naamã). O episódio revela que só Jahwéh oferece ao homem a vida e a salvação, sem limites nem excepções; ao homem resta acolher o dom de Deus, reconhecê-l’O como o único salvador e manifestar-Lhe gratidão.
O Evangelho apresenta-nos um grupo de leprosos que se encontram com Jesus e que através de Jesus descobrem a misericórdia e o amor de Deus. Eles representam toda a humanidade, envolvida pela miséria e pelo sofrimento, sobre quem Deus derrama a sua bondade, o seu amor, a sua salvação. Também aqui se chama a atenção para a resposta do homem ao dom de Deus: todos os que experimentam a salvação que Deus oferece devem reconhecer o dom, acolhê-lo e manifestar a Deus a sua gratidão.
A segunda leitura define a existência cristã como identificação com Cristo. Quem acolhe o dom de Deus torna-se discípulo: identifica-se com Cristo, vive no amor e na entrega aos irmãos e chega à vida nova da ressurreição.

Início do Ano Catequético ...


Segredo da catequese está no testemunho

O bispo D. Anacleto Oliveira, está convicto de que "a catequese é fundamentalmente um testemunho" de vida.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o prelado frisa que "o segredo" da transmissão da fé está na vivência dos valores e opções de vida anunciados às crianças e jovens.
O bispo de Viana do Castelo diz não ter dúvidas de que a maior desafio da catequese reside nos catequistas, que além de "pessoas de fé", têm que ser "bem formados doutrinal e pedagogicamente".
D. Anacleto Oliveira considera que os manuais do catequista têm tudo o que é preciso para proporcionar boas sessões, desde que os seus conteúdos sejam estudados e vividos, unindo a teoria à prática.
Os tradicionais 60 minutos de duração da catequese, que em tempo útil se reduziam frequentemente a metade desse tempo - fazendo com que, segundo o prelado, os encontros passassem "ao lado da vida das crianças" - estão a ser aumentados para hora e meia.
"Para uma verdadeira experiência de fé e de Igreja, que é aquilo que pretendemos com cada encontro de catequese, exigem-se pelo menos 90 minutos", um prolongamento que tende a alargar-se gradualmente a partir do 3.º ano e que deve ser adaptado em função do número de crianças de cada grupo.
O responsável salienta igualmente que os encontros devem ter a capacidade de cativar os mais novos.
"As crianças e os jovens não vão à catequese apenas porque são pressionados pela família ou socialmente, mas na medida em que encontrem um ambiente que as atraia, conquistando-as para a mensagem cristã, e sobretudo para Jesus Cristo", afirma.
A catequese não se esgota nos encontros semanais, insuficientes para que os conteúdos transmitidos se consolidem e transformem em opções de vida, pelo que a Igreja procura envolver os pais no processo de aprendizagem.
Os catecismos mais recentes, do 1.º ao 4.º ano, informam os pais dos conteúdos transmitidos e apresentam sugestões de actividades, a realizar em família, que complementam os conteúdos de cada sessão.
"A participação activa dos pais precisa de ser mais explorada, mas estão a fazer-se experiências muito interessantes e positivas nesse campo, com as quais nós próprios, os mais responsáveis pelo sector, ficamos surpreendidos", reconhece D. Anacleto Oliveira.
Referindo-se à catequese de adultos, o responsável admite que não se estão a verificar avanços significativos: "É uma realidade que nos preocupa há muitos anos, mas infelizmente tem passado pouco dessa preocupação".
"Há um grupo encarregado de estudar o assunto, delegado pela Comissão Episcopal da Educação Cristã. Está ainda numa fase incipiente, mas de concreto é o que temos", reconhece o prelado, acrescentando que, paralelamente, estão a ser feitas experiências a nível paroquial e em movimentos eclesiais.
D. Anacleto Oliveira assinala ainda que "a revitalização das comunidades" é fundamental para o sucesso da catequese: "uma criança, jovem ou adulto que não tenha uma comunidade onde viva a sua fé, não tem futuro".

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Acolher a Palavra

Na Palavra de Deus que hoje nos é proposta, cruzam-se vários temas (a fé, a salvação, a radicalidade do “caminho do Reino”, etc.); mas sobressai a reflexão sobre a atitude correcta que o homem deve assumir face a Deus. As leituras convidam-nos a reconhecer, com humildade, a nossa pequenez e finitude, a comprometer-nos com o “Reino” sem cálculos nem exigências, a acolher com gratidão os dons de Deus e a entregar-nos confiantes nas suas mãos.Na primeira leitura, o profeta Habacuc interpela Deus, convoca-o para intervir no mundo e para pôr fim à violência, à injustiça, ao pecado… Deus, em resposta, confirma a sua intenção de actuar no mundo, no sentido de destruir a morte e a opressão; mas dá a entender que só o fará quando for o momento oportuno, de acordo com o seu projecto; ao homem, resta confiar e esperar pacientemente o “tempo de Deus”.O Evangelho convida os discípulos a aderir, com coragem e radicalidade, a esse projecto de vida que, em Jesus, Deus veio oferecer ao homem… A essa adesão chama-se “fé”; e dela depende a instauração do “Reino” no mundo. Os discípulos, comprometidos com a construção do “Reino” devem, no entanto, ter consciência de que não agem por si próprios; eles são, apenas, instrumentos através dos quais Deus realiza a salvação. Resta-lhes cumprir o seu papel com humildade e gratuidade, como “servos que apenas fizeram o que deviam fazer”.A segunda leitura convida os discípulos a renovar cada dia o seu compromisso com Jesus Cristo e com o “Reino”. De forma especial, o autor exorta os animadores cristãos a que conduzam com fortaleza, com equilíbrio e com amor as comunidades que lhes foram confiadas e a que defendam sempre a verdade do Evangelho.